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SETOR
DAGREVE
AOCAOS
Paralisação dos caminhoneiros compromete a indústria automotiva e afeta
especialmente a rotina das locadoras
O
que começou como um mo-
vimento legítimo se tornou
uma luta pelo caos. A parali-
sação dos caminhoneiros durou lon-
gos 11 dias e, ao ter como estratégia
o bloqueio das rodovias, colocou o
ônus de forma indevida sobre as cos-
tas de outros setores fundamentais
da economia.
Após o fim do movimento, vários
segmentos começaram a fazer um
balanço dos prejuízos, incluindo a in-
dústria automotiva e a locação de ve-
ículos. Durante a greve, grande parte
dos 113 mil funcionários das monta-
doras atuantes no país permaneceu
em casa, sem receber nenhuma pre-
visão de retorno. Segundo estimati-
vas da Fenabrave, os emplacamentos
de automóveis e comerciais leves no
mês de maio registraram queda de
7,17% em relação a abril – 194,9 mil
unidades contra 209,9 mil do mês
anterior. A distribuição de carros às
concessionárias e locadoras foi redu-
zida ou suspensa.
A Anfavea mensurou uma perda di-
ária de R$ 250 milhões em impostos
gerados pela indústria automobilísti-
ca. A expectativa alta de exportações
também foi frustrada, com uma pro-
jeção de queda da ordem a 10 mil a
20 mil unidades emmaio e 800 mil no
decorrer do ano.
SITUAÇÃO NAS LOCADORAS
A indústria de aluguel de veículos
surgiu como uma alternativa para os
motoristas que necessitavam de um
carro com tanque cheio. Em algumas
empresas, os clientes que solicitavam
reservas presencialmente eram aten-
didos sob a condição de pagarem uma
elevada taxa extra por litro faltante
na hora da devolução – uma margem
de segurança para as locadoras. No
entanto, com a extensão da crise, o
número de transações caiu considera-
velmente, já que os possíveis clientes
acabaram postulando suas viagens e
compromissos profissionais.
Para minimizar riscos com o retorno
dos veículos sem combustível, parte
das locadoras congelou seus siste-
mas de reservas online. “O setor pro-
vou estar preparado para essas tur-
bulências, mas não ficamos imunes
justamente pela ausência de clientes”,
complementa Eladio Paniagua, fran-
queado da Yes São Paulo e presiden-
te do
Sindloc-SP
. A julgar que quase
100% da operação
rent a car
foi pre-
judicada e levando em conta a receita
anual da indústria paulista em 2017, o
segmento pode ter deixado de faturar
mais de R$ 103 milhões, em média.
l
R$ 103
MILHÕES
É AMÉDIADE FATURAMENTO
QUE AS LOCADORAS
PAULISTAS
PERDERAM POR CAUSA DA GREVE
REVISTA
SINDLOC
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