o comportamento dos motoristas,
premiando hábitos de direção se-
gura com taxas mais baixas. Uma
caixa telemática, ou simplesmente
o smartphone, pode ser utilizada
para gravar esses dados e enviá-los
para a companhia seguradora. Esse
fluxo pode ser ainda mais facilitado
se o automóvel tiver um cartão SIM
instalado. Seguradoras e fabricantes
já estão, inclusive, trabalhando para
estabelecer um framework legal
que permita o fornecimento dessas
informações relevantes para as se-
guradoras. A mesma lógica aplica-se
às plataformas de gestão de frotas
que as locadoras disponibilizam a
seus clientes corporativos.
HÁ OUTROS EXEMPLOS DE
TECNOLOGIAS PRÓXIMAS DA
NOSSA REALIDADE?
De acordo com a
International Fe-
deration of Robotics
, cerca de 2,6 mi-
lhões de robôs estarão em uso na
indústria até 2019, sendo que mui-
tos deles já estão em operação. Um
carro de porte médio tem cerca de
6 mil pontos de solda. Se um único
robô de soldagem tem uma parada
inesperada, toda a linha é paralisa-
da, causando prejuízos de cinco a
seis dígitos para o fabricante. Mas,
com ferramentas que possibilitam a
coleta de dados de medição e consu-
mo de energia, pode-se prever essa
parada com seis dias de antecedên-
cia. Para as montadoras, essa é a
garantia de uma manutenção total-
mente programada e a alocação de
mais tempo e recursos para outras
atividades. Até semáforos inteligen-
tes podem apresentar uma série de
informações interessantes.
COMO FUNCIONARIAM ESSES
SEMÁFOROS?
Ao serem equipados com câmeras
de monitoramento, eles podem ser
otimizados de acordo com o fluxo. A
cidade de Milton Keynes, na Inglater-
ra, está equipando seus cerca de 2,5
mil faróis para reconhecer ambulân-
cias e mudar as fases para permitir
sua passagem. Esse recurso tam-
bém proporciona às empresas do
setor ter uma clareza ainda maior do
comportamento dos condutores.
MAS O QUE AINDA PRECISA SER
FEITO EFETIVAMENTE PARA
O SETOR APROVEITAR ESSA
RIQUEZA DE DADOS?
É necessário que a indústria en-
cabece um processo para intensi-
ficar o desenvolvimento de mais
conectividade e de softwares in-
teligentes. Como parâmetro, de
acordo com a consultoria Gartner,
um em cada cinco veículos serão
equipados com alguma forma de
conexão sem fio até 2020, o que
deve totalizar 250 milhões de car-
ros globalmente. Essa tecnologia
é estimulada por normas como a
obrigatoriedade de um sistema de
chamadas de emergência em to-
dos os veículos da União Europeia
ainda neste ano. Outra novidade
chama-se
NarrowBand IoT
, desti-
nada ao gerenciamento de estacio-
namentos inteligentes. Trata-se de
uma rede que não apenas estende
a vida dos sensores operados a ba-
teria, já adaptada para os modelos
elétricos, como também sinaliza
vagas livres para os motoristas em
prédios e garagens subterrâneas –
um serviço que pode agregar valor
à venda ou ao aluguel do automó-
vel. São recursos já testados e ple-
namente viáveis para implementa-
ção no mercado brasileiro.
DIANTE DESSE PANORAMA, AS
EMPRESAS DE TECNOLOGIA
NÃO ESTARIAM À FRENTE
DA INDÚSTRIA?
Apple e Google já descobriram
o potencial desse mercado, e têm
conhecimento e musculatura fi-
nanceira para agitá-lo. Mas as
montadoras podem assumir papel
de protagonistas, pelo know-how,
reconhecimento da marca e rela-
ção mais sólida com toda a cadeia
automotiva. E a conta para elas é
simples. Basta constatarmos que
a margem de lucro dos fabrican-
tes de automóveis gira em torno
de 10%, enquanto chega a 30% en-
tre as empresas especializadas em
processamento de dados. A ques-
tão é: quem vai abocanhar esse lu-
cro e capitalizar o uso comercial de
dados veiculares?
E AS LOCADORAS PODEM SE
INSERIR MAIS PROFUNDAMENTE
NESSE PANORAMA?
Com a gama de informações que
um veículo pode oferecer, a criativi-
dade torna-se o recurso mais estra-
tégico para o segmento de locação.
A aproximação com as montadoras,
que vem ganhando importância em
razão do aumento nas vendas di-
retas, permitirá às locadoras atuar
como parceiras efetivas da indústria.
Elas podem massificar e democrati-
zar a utilização de todo esse aparato
tecnológico entre clientes do
rent a
car
e de terceirização.
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REVISTA
SINDLOC
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