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elaboramos umestudo denominado

Au-

tomotive Brazil 2025

, que olha o que está

acontecendo no mundo, a revolução do

automóvel e do setor e aponta cenários.

São dez áreas ou tendências que esta-

mos avaliando, sobre mobilidade sob

demanda, propulsão elétrica e híbrida,

cadeia de suprimentos, rede de distri-

buição, entre outras. Esse documento

baliza as estratégias do Rota 2030, com

metas arrojadas de busca de eficiência

energética e segurança dos carros.

Nós avançamos 15% de 2012 a 2017

em eficiência energética dos automó-

veis, o que representou um benefício

superior a US$ 45 bilhões em economia

de combustível, graças ao Inovar Auto.

Agora temos que avançar mais. É pre-

ciso estabelecer metas de incorpora-

ção de tecnologias avançadas de assis-

tência à dirigibilidade para 2022, 2027

e 2032, por exemplo. Com certeza elas

terão que ser renegociadas, mas a in-

dústria já sabe o que fazer e isso trará

uma redução nos gastos do governo.

EMQUEMOMENTOOSCARROS

ELÉTRICOSVÃOPEGARNOBRASIL?

Quando falamos de carro híbrido

elétrico, acredito que a tendência deve

evoluir mais rapidamente fora do Bra-

sil. Para se ter uma ideia, a frota de car-

ro elétrico híbrido no mundo atualmen-

te gira em torno de 1,5%. Em 2025, nos

países desenvolvidos, grande parte do

mercado, incluindo a China, terá 8% da

venda de carro elétrico e 27% de carro

híbrido, num total de 35%. O Brasil terá

3% e vai atrasar ainda mais. Sem contar

que, do ponto de vista de segurança,

também estamos defasados.

O QUE PRECISA SER INCORPORADO

NESSE QUESITO?

Trabalhamos com previsão de ino-

vação dos automóveis e existem

mais de 40 tecnologias relacionadas

a sistemas avançados de assistência

QUAIS SÃO OS OUTROS

PONTOS DE DISCUSSÃO PARA

O FECHAMENTO DA MP?

A discussão mais pesada está base-

ada nos incentivos fiscais que a indús-

tria pleiteia para investir em pesquisa

e desenvolvimento. Outro embate é a

manutenção da redução do pagamen-

to do IPI, que a montadora precisa pa-

gar todomês, tenha lucro ou não. Como

o governo não temmais caixa, o Minis-

tério da Fazenda propôs que se usasse

a Lei do Bem para a concessão desses

incentivos, com abatimento no Impos-

to de Renda e na Contribuição Social

sobre o Lucro Líquido (CSLL). Comenta-

-se que o estímulo chegaria a R$ 1,5 bi-

lhão por ano, o mesmo do Inovar Auto.

O ponto de discussão é que a indús-

tria só consegue utilizar esse dinheiro

nesse novo formato se ela der lucro.

E nesse período de crise, em que as

empresas adotam mecanismos de

engenharia financeira, elas deverão

apresentar o lucro mais próximo pos-

sível de uma realidade que permita

fazer uso desses créditos. Algumas

empresas já aproveitam a Lei do Bem

em algumas situações, principalmente

as de autopeças internacionais.

O SENHOR ACHA QUE SOMENTE

ISSO CONTRIBUIRÁ PARA O

DESENVOLVIMENTO DO SETOR?

A indústria não precisa de benefícios e

simde incentivos, que devemestar atre-

lados a metas agressivas de eficiência

energética e segurança dos veículos, e a

toda essa revolução que está acontecen-

do em relação à conectividade e à indica-

ção de novas tecnologias de produção.

PARA ONDE CAMINHA ESSA

REVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA?

Estamos trabalhando em conjunto

com o governo desde dezembro, ofere-

cendo suporte no desenvolvimento de

projeções de cenários futuros. Para isso,

à dirigibilidade, cada uma com escala

própria de benefício e custo. É preciso

que a indústria invista pelo menos em

dez dessas tecnologias nos próximos

cinco anos, a fim de reduzir conside-

ravelmente os acidentes e diminuir o

custo com fatalidades no trânsito, que

corresponde a pouco mais de 1,5% do

PIB. Podem ser a inclusão de freios de

emergência ou luzes no retrovisor, que

ajudam a evitar 10% de acidentes cau-

sados por mudança de faixa. Também

é necessário entender que o consu-

midor que adquirir um carro em 2025

não conhece o mundo sem internet.

Por isso, a evolução dos veículos deve

passar por mudanças no sistema de

propulsão, segurança e conectividade.

O QUE FALTA PARA IMPLEMENTAR

ESSAS INOVAÇÕES?

O Brasil tem duas agendas para re-

solver. Uma delas trata da evolução

e da revolução tecnológica. Mas há

uma agenda velha que ainda não foi

resolvida, relacionada à capacidade da

indústria de poder atender essa evolu-

ção do automóvel num momento em

que ela está fragilizada. As montado-

ras precisam consolidar-se para evitar

que nos tornemos um importador de

componentes. Se elas forem obriga-

das a recorrer a esse modelo, talvez

seja mais conveniente importar todo

o carro, e não é isso o que queremos.

QUE INOVAÇÕES O SENHOR VÊ

NO MERCADO DE LOCAÇÃO?

Muitas novidades estão surgindo

em relação aos serviços de mobilida-

de, que impactam na venda e até na

forma como se trabalha a posse do

veículo, seja para trabalho, seja para

locação. Boa parte da frota atual do

Uber é de carros alugados. O impacto

é grande em função até de uma evolu-

ção do serviço de mobilidade sob de-

manda de

car sharing

.

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SINDLOC

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