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REVISTA
SINDLOC
SP
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A
s turbulências não pegaram
carona na indústria automo-
bilística em 2018. O volume
de emplacamentos chegou à casa
de 2,47 milhões de veículos, núme-
ro 13,7% superior ao desempenho de
2017. A alta pelo segundo ano conse-
cutivo foi novamente ancorada pelas
vendas diretas, que corresponderam
a 63% do crescimento total e atingi-
ram participação de 43% – o equiva-
lente a 1,06 milhão de modelos. É a
maior representatividade desse mer-
cado desde 2003.
Parte considerável desse avan-
ço é atribuída a contratos fechados
com locadoras e a movimentos de
renovação de frota percebidos em
alguns setores em razão da peque-
na melhora da atividade econômica.
“Há alguns bons sinais na economia,
a taxa de juros está em queda e nos-
sa balança comercial segue positiva.
Se as reformas forem aprovadas, a
confiança das empresas pode au-
mentar e estimular mais as vendas
diretas”, projeta Antonio Megale,
Campeões de audiência
De acordo com a Fenabrave, o
Chevrolet Onix ocupou, pelo quarto
ano consecutivo, a liderança folga-
da em vendas, com mais de 210 mil
emplacamentos. O Hyundai HB20 e
o Ford Ka protagonizaram uma inte-
ressante disputa pela segunda co-
locação, com vantagem final para o
primeiro – 105 mil contra 103 mil. O
Volkswagen Gol e o Chevrolet Pris-
ma sustentaram a quarta e quinta
posições, respectivamente.
Se considerarmos os resultados
por categoria de veículo, o Prisma foi
o mais comercializado entre os sedãs
compactos, seguido de perto pelo
novato Volkswagen Virtus. O médio
Jeep Compass foi o campeão entre os
SUVs, e o Hyundai Creta desbancou o
Honda HR-V da dianteira na venda de
utilitários esportivos compactos.
Produção
A performance do mercado in-
terno foi determinante também para
incentivar o nível de produção de
VENDASDIRETAS IMPULSIONAM
RECUPERAÇÃODOSETOR
presidente da Anfavea. O segmento
também recebe importante influ-
ência de aplicativos de mobilidade,
como Uber e 99, com os quais, ali-
ás, a indústria de aluguel de veículos
vem estreitando relações.
As vendas diretas já vinham ga-
nhando espaço como alternativa para
que as montadoras atenuassem os
custos de ociosidade das fábricas. Até
2013, a participação média na comer-
cialização de veículos beirava os 25%.
Mas a partir de 2014, com a crise ma-
croeconômica e uma profunda retra-
ção no consumo de carros zero-qui-
lômetro pelas pessoas físicas, esse
mercado iniciou uma rota gradual de
crescimento, ao oscilar para 28% até
2015. O ano seguinte, porém, já re-
gistrava um salto de 33%. Em 2017, o
índice foi para 39%. “A tendência é de
continuidade dessa elevação, o que
faz com que o Brasil se aproxime dos
níveis dos Estados Unidos e da Eu-
ropa, atualmente em torno de 50%”,
comenta Milad Kalume Neto, da con-
sultoria Jato Dynamics.
Segmento registra a maior participação nos emplacamentos desde 2003
e estimula também o aumento da produção pelo segundo ano consecutivo
“O Brasil está claramente
num processo de
recuperação e, agora,
com um novo governo,
esperamos a manutenção
dessa rota”
ANTONIO MEGALE
PRESIDENTE DA ANFAVEA
Bigstock
se assemelhe ao de 2013, quando o setor mantinha 26,5
mil colaboradores a mais.
O mercado de caminhões, que tem atraído a atenção
de alguns players do setor de locação, teve um impressio-
nante acréscimo de 46,3%. Das 76 mil unidades vendidas,
uma parcela expressiva está relacionada ao crescimento
dos modelos extrapesados voltados para o agronegócio.
“O Brasil está claramente num processo de recuperação,
e agora, com um novo governo, esperamos a manutenção
dessa rota”, comenta Megale.
n
2,88 milhões de exemplares, índice 6,7% maior que o do
ano anterior. A fabricação doméstica aumentou 14,6%. O
aumento só ficou abaixo do inicialmente projetado pelas
montadoras em razão da queda nas exportações, espe-
cialmente para a Argentina, que concentra 70% das ope-
rações do gênero. Em meio a uma crise que deve perdurar
neste ano, a entidade já prevê nova baixa, enquanto a de-
manda no Brasil tende a registrar elevação de 11,4%, com
a marca de 2,86 milhões de unidades.
“Chegamos a essa perspectiva com base nas pre-
missas de que o PIB de 2019 deverá ficar entre 2,5% e
3%, favorecido pelas condições de crédito e pela inflação”,
destaca Megale. A ociosidade ainda está próxima dos
40%, pois as fábricas estão preparadas para produzir até
5 milhões de veículos por ano. “O lado positivo é que se
precisarmos ampliar esse volume não serão necessários
grandes investimentos. Na maioria dos casos, basta so-
mente abrir novos turnos ou postos de trabalho”, explica.
A oferta de empregos, aliás, cresceu 1,7% e apre-
sentou evolução pelo terceiro ano consecutivo – foram
abertas 2.176 vagas no período. No entanto, o dirigente
entende que a inevitável adoção de novas tecnologias
ligadas à indústria 4.0 impedirá que o número de vagas
CAMPEÕES DE Emplacamentos
(em unidades)
1º Chevrolet Onix
250.468
2º
Hyundai HB20
105.506
3º
Ford Ka
103.286
4º
Volkswagen Gol
77.612
5º Chevrolet Prisma
71.735
6º Volkswagen Polo
69.584
7º Renault Kwid
67.320
8º Fiat Argo
63.011
9º
Jeep Compass
60.284
10º
Toyota Corolla
59.662
Enquanto o Chevrolet Onix
manteve a liderança folgada
em vendas, Hyundai HB20 alçou
a segunda colocação
Fonte:
Fenabrave




