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NOVOSHORIZONTES
COMAMARCADAMUDANÇA
Pesquisa detecta otimismo da iniciativa privada com o novo governo,
que pede reformas, fomento à inovação e qualificação profissional
L
ogo após a definição do pro-
cesso eleitoral, a Deloitte
consultou empresários e exe-
cutivos de 826 organizações, com
o objetivo de identificar as expec-
tativas em relação ao novo gover-
no e ao ambiente de negócios em
2019. O resultado demonstrou ele-
vado grau de confiança – 94% dos
entrevistados acredita que a ges-
tão pública será capaz de cumprir,
parcial ou totalmente, as agendas
consideradas estratégicas pela ini-
ciativa privada.
A pesquisa agregou 32 seg-
mentos da economia e companhias
que, juntas, movimentam R$ 2,8
trilhões e representam 43% do PIB
nacional. A perspectiva positiva é
Bigstock
ratificada pelo percentual de exe-
cutivos que confirmarama intenção
de realizar novos investimentos
ainda neste ano – 97%. A projeção
de aumento nas vendas já em 2019
é cogitada por 69%, enquanto 16%
acreditam que ao menos manterão
o desempenho de 2018.
Em relação ao papel do Executivo
eleito, 93% entendem que deve ser
priorizada a reforma tributária. As
reformas da previdência e política
foram mencionadas por 90% e 80%,
respectivamente. “Esses índices res-
saltam a compreensão dos empresá-
rios sobre a influência de mudanças
de alto valor agregado para propor-
cionar resultados à sociedade”, analisa
Othon Almeida, sócio-líder de desen-
volvimento de mercado da Deloitte.
Na parte de gestão pública, o
combate à corrupção e o ajuste nas
contas destacaram-se, respectiva-
mente, com 62% e 61% das respostas
selecionadas. Outros pontos relevan-
tes incluem a necessidade de estímu-
lo à geração de empregos, crucial para
alavancar o consumo e a produção.
Menos burocracia,
mais empregos
Os executivos reforçaram ain-
da a importância de contribuir para
aprimorar os modelos de parceria
público-privada (52%), ampliar a ofer-
ta de crédito (51%) e melhorar os pro-
cessos de abertura e
fechamento de em-
presas (48%). Também
para 48%, é essencial
o estímulo tributário à
transformação digital,
a projetos de inovação
e à qualificação pro-
fissional. Esse último
item, aliás, ocupa a ter-
ceira posição no topo
de investimentos pre-
ferenciais das empre-
sas, ao ser citado por
49% da amostra total.
Ações para aumentar o número de empresas no mercado de capitais, ampliar e desconcentrar as negociações
30
%
Investir na melhoria do processo de desembaraço aduaneiro
27
%
Rever a política de concorrências públicas para facilitar e ampliar a participação de empresas
30
%
Rever as políticas de produtos importados para que atendam às mesmas especificações de qualidade, bem como
às regulamentações ambientais e sociais, exigidas dos produtos nacionais
30
%
Rever a política de registro de patentes nacionais
30
%
52
%
Melhorar e
ampliar as Parcerias
Público-Privadas
(PPPs)
51
%
Ampliar
a oferta
de crédito
às empresas
48
%
Investir na melhoria
dos processos
de abertura
e fechamento
de empresas
48
%
Mais incentivo para
que as empresas se
adaptem aos conceitos
da Indústria 4.0 e
da transformação digital
48
%
Mais incentivos
tributários para
programas, pesquisas
e projetos
de inovação
Medidas mais estratégicas para estimular a atividade empresarial
Fonte:
Deloitte Touche Tohmatsu
“A qualificação do profissional
brasileiro e a busca de competitivi-
dade em tempos de transformação
tecnológica acelerada são fatores de
preocupação que emergem clara-
mente desse estudo”, pontua Othon
Almeida. Por essa razão, 47% dos
entrevistados afirmaram que preten-
dem ampliar o quadro de funcionários
e colaboradores – no estado de São
Paulo, o percentual atinge 50%. Ou-
tros 46% preservarão o número atual,
com ou sem substituições. E, mesmo
entre os 7% que planejam reduzir a
folha, a razão principal está na robo-
tização e automação dos processos.
“As empresas vão investir sig-
nificativamente na força de traba-
lho, para que ela possa se adequar
a esse momento de transforma-
ção”, conclui Almeida. Mais do que
maturidade para entender o papel
do Estado e reivindicar mudanças
consistentes, o empresariado reve-
la um novo olhar sobre o mundo dos
negócios e um compromisso com
pessoas e com o país.
n
Confiança em alta
O novo governo será capaz de cumprir as
prioridades escolhidas pela iniciativa privada?
38
%
56
%
4
%
2
%
Sim
Parcialmente
Não
Não sei
responder
Fonte:
Deloitte Touche Tohmatsu
Revisão da regulação da internet e dos canais digitais
36
%
Revisão da legislação ambiental
14
%
Revisão dos marcos regulatórios de exploração de recursos naturais
14
%
Revisão de tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário
11
%
Revisão das regras de financiamento de campanhas eleitorais
8
%
Revisão da política de preços dos derivados de petróleo
8
%
Revisão das leis trabalhistas
6
%
93
%
Reforma
tributária
90
%
Reforma
previdenciária
80
%
Reforma
política
Prioridades para o próximo governo
Aumentar o quadro de funcionários
47
%
Expectativas sobre o quadro
de funcionários em 2019
Manter o quadro de funcionários com substituições
32
%
Manter o quadro de funcionários sem substituições
14
%
Diminuir o quadro de funcionários
7
%
46
% –
Decorrência de robotização
e automação de processos +
substituição por funcionários
melhor qualificados
Fonte:
Deloitte
Touche Tohmatsu
Fonte:
Deloitte Touche Tohmatsu




