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REVISTA
SINDLOC SP
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SINDLOC SP
D
epois de um recuo que persis-
tiu por quatro anos consecu-
tivos, o setor de implementos
rodoviários engatou a marcha da re-
cuperação. De janeiro a agosto foram
emplacadas 42,5 mil novas unidades,
o que representou um aumento de
51% em relação aos oito primeirosme-
ses de 2018, conforme apontaram os
números da Fenabrave. Nesse mes-
mo período do ano passado, o cresci-
mento diante de 2017 foi ainda mais
expressivo e aproximou-se de 84%.
Ainda que timidamente, esse mer-
cado começa a ganhar espaço nos ne-
gócios das montadoras. O volume de
unidades disponível na frota da indús-
tria registroualtade78,5%. “Oprocesso
de reposição das perdas segue de for-
ma gradual, mas acreditamos que, até
o fim de 2019, superaremos em 20%
os indicadores de 2018”, acredita Nor-
berto Fabris, presidente da Associação
Nacional dos Fabricantes de Imple-
mentos Rodoviários (Anfir). De acordo
com o dirigente, as vendas ao merca-
IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS
DEVOLTAÀESTRADA
do interno deverão ficar em torno de
100 mil a 110 mil produtos. Em 2014,
o montante apurado foi de 160 mil.
Atividades como o agronegócio e
a mineração estão entre os principais
motores dessa reação, o que favo-
receu categorias como os reboques
e semirreboques, com incremento
acima de 50%; e as carrocerias sobre
chassis, cuja variação positiva foi de
31%. Fabris espera ainda uma evolu-
ção mais ágil da demanda na constru-
ção civil, mas acredita que isso possa
ser viabilizado por meio de uma políti-
ca de incentivo governamental.
Embora esbanje otimismo, Fabris
reconhece que a economia ainda não
tem dado resposta satisfatória para
acelerar, em especial, os negócios que
movimentam os implementos leves,
Com aumento em torno de 80%, setor lidera o crescimento
percentual na indústria e também na frota das locadoras
como comércio, pequenos serviços e a
distribuição de produtos nas cidades.
Esse ritmo mais lento na retomada
de leves tem causado uma distorção
com relação ao comportamento his-
tórico do mercado. Em anos regula-
res, segundo a Anfir, a relação entre os
segmentos oscila de 1,5 a 2 produtos
leves para cada implemento pesado.
Em 2019, a projeção é de vendas pra-
ticamente iguais.
As locadoras podem aproveitar
esses bons ventos e reforçar atuação
no setor de implementos. “Elas têm
a terceirização de frotas no cerne de
suas estratégias, já estão próximas
dos segmentos que impulsionamesse
mercado e, portanto, não precisam
despender investimentos vultosos
com prospecção”, avalia Fabris.
n
Bigstock
P
or meio de um aplicativo, o usuário escolhe um mode-
lo de veículo para locação a partir de 30 dias. Em até
72 horas após a efetivação do cadastro, ele recebe o
automóvel em casa ou no local desejado, sem limite de qui-
lometragem nem a necessidade de devolvê-lo com o tanque
cheio. Essa cena começa a fazer parte do cotidiano de gran-
des metrópoles brasileiras e chama a atenção da indústria de
aluguel para um nicho com potencial quase irreversível.
A locação de longo prazo já tinha o segmento corporati-
vo como mercado cativo. A novidade é que pessoas físicas
passaram a abraçar esse conceito, tendo em comum a au-
sência de apetite para investir em um carro próprio e o fato
de não se sentirem plenamente atendidas pelos aplicativos
de transporte. Pesquisas globais como da Deloitte ajudam
a referendar a recorrência desse comportamento. Segundo
o levantamento, 62% dos jovens das gerações Y e Z que op-
tam por serviços de compartilhamento acham dispensável a
aquisição de um veículo no futuro.
Nos Estados Unidos, a modalidade responde por mais de
50% da venda de automóveis novos e, recentemente, des-
pertou a atenção de grandes players do setor. Emmaio deste
ano, a Enterprise Holdings lançou o que foi considerada a pri-
meira solução do gênero no mercado norte-americano, inti-
tulada Subscribe e comercializada inicialmente nos estados
de Minnesota, Missouri e Nevada. Um mês depois, a Hertz
seguiu o exemplo.
“A grande vantagem para o cliente está na conveniência.
Mais do que ter o veículo entregue em domicílio, ele não pre-
cisa assumir gastos nem ter dor de cabeça commanutenção,
assistência, seguro, emplacamento e impostos”, destaca
Helio Netto, diretor da Vai.Car. Lançada originalmente em
Atlanta e Miami (EUA), a startup iniciou operações no Brasil
há um ano e meio com foco no aluguel de longa duração e
sem apostar em lojas físicas. Sua plataforma digital reúne 7
NETFLIX
EMQUATRO
RODAS
mil carros sublocados, entre hatchs com ou sem opcionais
e sedãs. A frota reúne soluções de telemetria embarcada, o
que favorece o controle gerencial pela empresa.
O processo de reserva é inteiramente online e as opções
de pagamento incluem cartão de crédito, boleto bancário ou
mesmo casas lotéricas. Não há exigência de depósito caução
na contratação do serviço e a renovação pode ser feita auto-
maticamente. “O grau de automatização e as facilidades para
aquisição atraíram também motoristas de aplicativos para a
ferramenta”, revela Netto.
Mas empreendedores que pensam em lançar suas fichas
nesse conceito devem se apressar, pois até companhias de
outros setores abriram os olhos. No primeiro semestre des-
te ano, a adesão ao serviço de carro por assinatura da Porto
Seguro cresceu 72% na comparação com o mesmo período de
2018. “O veículo chega a ser até 6% mais barato do que ad-
quirir um automóvel zero à vista, e até 24% se a compra for fi-
nanciada em 12 meses. Com todos os gastos postos na ponta
do lápis, essa opção se mostra realmente vantajosa”, avalia o
gerenteMarcelo Rosal. A solução está disponível no estado de
São Paulo e na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Essa onda promete não ser passageira e reflete com
precisão um comportamento universal dos consumidores,
para os quais mobilidade e conveniência se tornaram os
verdadeiros patrimônios.
n
Novos hábitos de mobilidade
dos brasileiros favorecem
advento dos modelos de aluguel
por assinatura e de longa duração
Bigstock
Helio Netto –
Vai.Car:
“múltiplas possibilidades de pagamento e
dispensa de depósito caução contribuem para
democratizar o serviço.”
Divulgação
Franca recuperação
Volume de emplacamentos em jan-ago
(em mil unidades e crescimento/ano anterior)
2017
2018
2019
15,72
(-6,6%)
28,90
(+83,8%)
42,51
(+51,0%)




