sem realizar um estudo de destinação
e quantidade mais adequado para seu
negócio”, adverte. “É nesse momento
que o setor deve intervir, desenvolvendo
uma análise contundente para mostrar
os riscos de uma operaçãomal feita, em
vez de simplesmente se esforçar para
atender ao que prevê o edital”, pontua.
Para Magalhães, a premissa inicial
é diferenciar preço mais baixo e custo
mais baixo. “O preço representa o mo-
mento zero, mas o custo revela-se ao
longo do tempo. De nada adianta alcan-
çar economia na aquisição de carros 1.0
e, posteriormente, utilizá-los por muito
tempo emalto giro, fora dos perímetros
urbanos. Isso acelera o desgaste dos
motores e pneus, o que reduz a vida útil
dos veículos. É uma bomba-relógio com
potencial para explodir antes mesmo
do fim dos contratos”, acredita. Tecni-
camente, as versões 1.4 e 1.6 podem
ser mais baratas no fim das contas.
Essa realidade torna-se ainda mais
crítica com a tendência de alongamento
dos períodos de parceria de 24 para 36
meses. “Sem uma análise minuciosa da
compra, o cliente pode ficar amarrado a
um contrato improdutivo ou ser obriga-
do a criar umaditivo e injetar mais recur-
sos financeiros emmanutenção e até no
incremento da frota”, crava Magalhães.
No caso de clientes vinculados a
segmentos como agronegócio e mi-
neração, que necessitam de uma fro-
ta para uso intensivo em campo, ou-
tra armadilha comum é dar prioridade
a modelos de grande porte. “Um 4x4
registra maior consumo de combustí-
vel do que um 4x2, por causa do peso
adicional do segundo eixo de tração
e da caixa de transferência, além de
exigir rotações mais elevadas do mo-
tor. Hoje, temos inúmeros jipes de
menor porte adaptados para trafegar
em terrenos mais áridos e sem tama-
nha despesa”, exemplifica.
Do contrário, manutenções preven-
tivas que seriam obrigatórias somen-
te a cada 40 mil quilômetros passam
a ser feitas depois de apenas 1 mil.
“Se houver um elevado deslocamen-
to dos automóveis e caminhões por
fazendas, aumentam a probabilidade
de arranhões na pintura e o índice de
depreciação”, completa.
O SEGREDO ESTÁ NO
PRIMEIRO DIÁLOGO
Assim que consultadas pelas empre-
sas, as locadoras devem tomar a frente
das negociações e fazer duas perguntas
essenciais: qual será a finalidade dos ve-
ículos e onde eles rodarão? “A frota será
aplicada como ferramenta de trabalho
para força de vendas, para profissionais
de áreas técnicas, como complemen-
to salarial ou será direcionado para os
principais executivos?”, elenca.
Com essas respostas em mãos,
a recomendação é colocar no papel
estimativas relacionadas ao valor de
aquisição e revenda, os gastos esti-
mados com combustível, pneus, re-
visão, trocas de filtros de óleo, entre
outros indicadores. “As próprias mon-
tadoras costumam dispor dessas
simulações de custos para dimen-
sionar a qualidade de suas frotas, in-
formações às quais as locadoras têm
acesso e que podem até constar das
minutas contratuais”, indica.
Outro fator que deve ser levado em
conta é a estrutura de redes de con-
cessionárias e centros automotivos
credenciados no entorno em que o
veículo trafegará. “Esse aspecto in-
flui de forma determinante no tipo de
modelo que será adquirido”, destaca.
No tocante à quantidade de veículos,
Magalhães ressalta a importância de
concentrar a compra nos modelos re-
almentemais pertinentes ao interesse
e necessidade do cliente. Ele também
aconselha a investir em programas de
telemetria para monitorar o compor-
tamento do veículo e do condutor (
con-
fira reportagem sobre o tema na pg. 21
).
Em tempos de crise, as empresas
procuram não só economia, mas par-
ceiros comdisponibilidade para ouvi-las
e know-how para propor soluções real-
mente eficientes. “Qualquer relação de
confiança pressupõe transparência. E
os mecanismos para por isso em práti-
ca estão nasmãos do setor”, finaliza..
l
LUIZ CARLOS MAGALHÃES
GLOBAL FLEET
ATERCEIRIZAÇÃOEMNÚMEROS
R$ 4,35 BILHÕES
movimentados pela indústria de
aluguel de veículos em 2017
53,6%
do faturamento das locadoras
7,69 MILHÕES
de usuários
70 DAS 100
MAIORES EMPRESAS
do país utilizam esse modelo
REVISTA
SINDLOC
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