Previous Page  15 / 24 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 15 / 24 Next Page
Page Background

sem realizar um estudo de destinação

e quantidade mais adequado para seu

negócio”, adverte. “É nesse momento

que o setor deve intervir, desenvolvendo

uma análise contundente para mostrar

os riscos de uma operaçãomal feita, em

vez de simplesmente se esforçar para

atender ao que prevê o edital”, pontua.

Para Magalhães, a premissa inicial

é diferenciar preço mais baixo e custo

mais baixo. “O preço representa o mo-

mento zero, mas o custo revela-se ao

longo do tempo. De nada adianta alcan-

çar economia na aquisição de carros 1.0

e, posteriormente, utilizá-los por muito

tempo emalto giro, fora dos perímetros

urbanos. Isso acelera o desgaste dos

motores e pneus, o que reduz a vida útil

dos veículos. É uma bomba-relógio com

potencial para explodir antes mesmo

do fim dos contratos”, acredita. Tecni-

camente, as versões 1.4 e 1.6 podem

ser mais baratas no fim das contas.

Essa realidade torna-se ainda mais

crítica com a tendência de alongamento

dos períodos de parceria de 24 para 36

meses. “Sem uma análise minuciosa da

compra, o cliente pode ficar amarrado a

um contrato improdutivo ou ser obriga-

do a criar umaditivo e injetar mais recur-

sos financeiros emmanutenção e até no

incremento da frota”, crava Magalhães.

No caso de clientes vinculados a

segmentos como agronegócio e mi-

neração, que necessitam de uma fro-

ta para uso intensivo em campo, ou-

tra armadilha comum é dar prioridade

a modelos de grande porte. “Um 4x4

registra maior consumo de combustí-

vel do que um 4x2, por causa do peso

adicional do segundo eixo de tração

e da caixa de transferência, além de

exigir rotações mais elevadas do mo-

tor. Hoje, temos inúmeros jipes de

menor porte adaptados para trafegar

em terrenos mais áridos e sem tama-

nha despesa”, exemplifica.

Do contrário, manutenções preven-

tivas que seriam obrigatórias somen-

te a cada 40 mil quilômetros passam

a ser feitas depois de apenas 1 mil.

“Se houver um elevado deslocamen-

to dos automóveis e caminhões por

fazendas, aumentam a probabilidade

de arranhões na pintura e o índice de

depreciação”, completa.

O SEGREDO ESTÁ NO

PRIMEIRO DIÁLOGO

Assim que consultadas pelas empre-

sas, as locadoras devem tomar a frente

das negociações e fazer duas perguntas

essenciais: qual será a finalidade dos ve-

ículos e onde eles rodarão? “A frota será

aplicada como ferramenta de trabalho

para força de vendas, para profissionais

de áreas técnicas, como complemen-

to salarial ou será direcionado para os

principais executivos?”, elenca.

Com essas respostas em mãos,

a recomendação é colocar no papel

estimativas relacionadas ao valor de

aquisição e revenda, os gastos esti-

mados com combustível, pneus, re-

visão, trocas de filtros de óleo, entre

outros indicadores. “As próprias mon-

tadoras costumam dispor dessas

simulações de custos para dimen-

sionar a qualidade de suas frotas, in-

formações às quais as locadoras têm

acesso e que podem até constar das

minutas contratuais”, indica.

Outro fator que deve ser levado em

conta é a estrutura de redes de con-

cessionárias e centros automotivos

credenciados no entorno em que o

veículo trafegará. “Esse aspecto in-

flui de forma determinante no tipo de

modelo que será adquirido”, destaca.

No tocante à quantidade de veículos,

Magalhães ressalta a importância de

concentrar a compra nos modelos re-

almentemais pertinentes ao interesse

e necessidade do cliente. Ele também

aconselha a investir em programas de

telemetria para monitorar o compor-

tamento do veículo e do condutor (

con-

fira reportagem sobre o tema na pg. 21

).

Em tempos de crise, as empresas

procuram não só economia, mas par-

ceiros comdisponibilidade para ouvi-las

e know-how para propor soluções real-

mente eficientes. “Qualquer relação de

confiança pressupõe transparência. E

os mecanismos para por isso em práti-

ca estão nasmãos do setor”, finaliza..

l

LUIZ CARLOS MAGALHÃES

GLOBAL FLEET

ATERCEIRIZAÇÃOEMNÚMEROS

R$ 4,35 BILHÕES

movimentados pela indústria de

aluguel de veículos em 2017

53,6%

do faturamento das locadoras

7,69 MILHÕES

de usuários

70 DAS 100

MAIORES EMPRESAS

do país utilizam esse modelo

REVISTA

SINDLOC

15